agora Velhas?
E agora, Velhas?
O peixe acabou
A água sujou
O povo sumiu
A roça morreu
E agora Velhas?
Você que é intenso
Que muita fome matou
Você que fez estórias inspirar
De amor e de protestos
E agora Velhas?
Está sem vida
Está sem proteção
Já não pode beber sua água
Já não pode comer seu peixe
Navegar já não pode mais
O ouro tirou
O mercúrio ficou
A riqueza não veio
Não veio a fartura
E tudo acabou
Sozinho no cerrado
Qual isolamento
Sem mata ciliar
Para se encostar
E agora, Velhas?
Sua doce esperança
Seu instante de louvor
Sua gula de sobrevivência
Sua hora chegou
Você não acomodou
Você sempre lutou
Contra o que em ti jogou
Não desanimou
Você Velhas
És espírito de perseverança
É sua vez
Quer vida te dar
Sem explorar
Por te amar
Luta sem cansar
Aproveite o
Que luta pela sua
Revitalização
(Paródia do poema "E agora José?", de Carlos Drummond de Andrade).
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